sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Agressão Verbal

Psicóloga alerta sobre conseqüências da agressão verbal Sáb, 24 de Maio de 2008 07:21 A agressão verbal é um assunto que merece reflexão, pois ela é considerada insignificante para muitos, por não expor marcas físicas; todavia, as suas cicatrizes podem destruir vidas. E ainda que passe socialmente despercebida, e que seja tolerada para não romper estruturas, é necessário discuti-la. O Jornal Gazeta do Triângulo traz na edição de hoje algumas considerações a respeito da violência verbal nas diferentes fases da vida. Segundo a psicóloga Sibéria Gregoris Fernandes, a agressão verbal é uma forma de violência psíquica, que afeta, principalmente, as questões emocionais. Quando sofrida pela criança, pode ser vista de várias maneiras, então, deve-se considerar a forma como ela é agredida e coagida. Como conseqüência, a criança deixa de expressar seus sentimentos, e suas emoções diante de situações experienciadas que lembrem a situação de agressão; os pensamentos ficam limitados; e os relacionamentos sociais são prejudicados. A agressão pode vir de um grupo, da família, de um professor, entre outros, e será um limitador dos diferentes aspectos que envolvem o ser humano - afetivo, emocional, social, etc. Na adolescência, a violência verbal gera dificuldades de interação com os pais, com o grupo de amigos, na escola e na convivência com as demais pessoas do cotidiano. O resultado é a busca de alternativas para supri-la, tais como, abuso ou uso de drogas ilícitas, álcool, etc. O adulto pode sofrer agressão verbal desde a infância, prosseguindo pela adolescência, ou começar a sofrê-la no casamento, ou a partir da convivência com outros grupos, com os filhos, cuja conseqüência é uma fragilidade emocional. Por exemplo, no caso do casamento, há dados que confirmam que quanto maior a agressão verbal sofrida por um dos cônjuges, maior será a violência psíquica apresentada por este indivíduo, que terá dificuldades para interagir no meio social, com pessoas próximas, com familiares, com os filhos, ou consigo mesmo. Neste último caso, haverá rebaixamento de auto-estima, baixa motivação, dificuldades de se perceber como pessoa, e de ser atuante no meio em que vive, podendo gerar várias conseqüências emocionais, tais como depressão. É sabido que as palavras têm poder para machucar e são piores que a agressão física, pois deixam marcas, às vezes, para sempre. Na vida familiar, por exemplo, essa violência nem sempre é reconhecida, tendo sido considerada normal na vida de marido e mulher, ou no processo de educação das crianças, quando não, no ambiente social. Assim, a violência praticada por meio da fala, como usar palavras de baixo calão e falar em tom de voz elevado, em meio ao silêncio, sob o domínio do medo, fragiliza as pessoas agredidas. E, muitas vezes, o temor é tão grande que as impede de buscar ajuda para romper o ciclo traumatizante em que estão envolvidas. Esse tipo de agressão, porém, não ocorre abertamente, acontece por meio de comentários ferinos e mordazes, ou por fina ironia, cujo propósito é sempre desqualificar o outro. Abertamente, deveria permitir o revide, mas para não chamar a atenção, as pessoas calam-se. Entretanto, os sinais de reprovação e de revolta, como os suspiros profundos, seguidos de um erguer de ombros e de olhares de desprezo, ou de silêncios, ou alusões ao modo descortês do discurso do outro são a prova de que muitas pessoas se dão conta da violência verbal recebida. Embora esse tipo de agressão não tenha marcas evidentes, é tão grave quanto o ato físico. Não basta chocar com atos de discriminação que incluem somente violência física, e horrorizar com guerras, bombas, tiroteios e crimes hediondos; ignorando as agressões verbais. A comunidade certamente será melhor quando o comportamento verbal emitido pelos indivíduos refletir respeito pelo outro, permitindo diferenças individuais, quer nas opiniões, quer nas escolhas, traduzidas por civilizado discurso verbal.

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